29 julho 2011

António Aleixo

Do Eterno POETA do Povo: 
                                         Quadras ``soltas´´ Célebres


Quem trabalha e mata a fome
Não come o pão de ninguém;
Quem não ganha o pão que come
Come sempre o pão de alguém.
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Uma mosca sem valor
Poisa c'o a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria.
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Vós que lá do vosso Império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um Mundo novo a sério.
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Mentiu com habilidade,
Fez quantas mentiras quis,
Agora fala verdade,
Ninguém crê no que ele diz.
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Tu, que tanto prometeste
enquanto nada podias,
hoje que podes -- esqueceste
tudo o que prometias... 
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Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que, sem parecer o que são,
São aquilo que eu pareço. 
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O mundo só pode ser
Melhor do que até aqui,
Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por tí!  
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Muito contra o meu desejo,
Sem lhe querer dizer porquê,
Finjo sempre que não vejo
Quem finge que me não vê...
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Por que a vida me empurrou
Caí na lama, e então...
Tomei-lhe a cor, mas não sou
a lama que muitos são.
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Para triunfar depressa
cala contigo o que vejas
Finge que não te interessa
Aquilo que mais desejas.
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Nas quadras que a gente vê,
Quase sempre o mais bonito
Está guardado pr'a quem lê
O que lá não está escrito.  
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Ainda não reparaste
Que és tal qual um cão de palha?
Tu, que nunca trabalhaste,
Censuras quem não trabalha!
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«Nunca amanhece em meu peito,
E eu ando nessa cegueira.
Acorda-me, ó meu amor,
Senão sonho a vida inteira!»
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Talvez não zombasses deles
Se soubesses compreender
Que te pareces co´aqueles
Que nem sequer podes ver.
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O poeta António Aleixo,

Nasceu em Vila Real de Santo António a 18 de Fevereiro de 1899 e faleceu em Loulé a 16 de Novembro de 1949.

Foi, cauteleiro e pastor de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé 
Algarve, é um caso singular, bem digno de atenção de quantos se interessam pela poesia.

 Ficou conhecido como o maior poeta popular  - O poeta do povo -
 Fonte: Este Livro que vos deixo
 Foto da Web:



















Estátua em tamanho real do poeta António Aleixo  
sentado numa cadeira.

Tem uma mesa a seu lado com versos inscritos no tampo

Praça de República (frente ao 59) em  Loulé - Algarve - Portugal
              
                       
                                                        

         







                                                                                                               

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